Eu me ajoelhei para que a barriga ficasse submersa.
Um peixe grande desses meio-laranja, meio-vermelho, meio-dourado, então, se aproximou, e, como um gato, se esfregou em meu ventre.
Me arrodeou e, voltando pro seu caminho, deixou que eu o acarinhasse, sentindo o liso brilhoso de suas escamas.
Fui presenteada. De mãe pra mãe, recebi o carinho de um filho que ainda se encontra assim, ser nadante na matéria de que sou feita.
de Clara Vestes, mãe de Joaquim, nascido de parto domiciliar no Rio de Janeiro.
poesia publicada em www.cancoesdegestar.blogspot.com
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